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FISIOTERAPIA VIVA

A Fisioterapia baseada em evidências.

Teresópolis-RJ-Brasil.

DEDO EM GATILHO

Tenosinovite Estenosante dos Flexores


DEDO EM GATILHO


A tenosinovite estenosante dos flexores, conhecida como dedo

em gatilho, é uma afecção freqüentemente vista por médicos que

trabalham na área da Medicina Ocupacional, ortopedistas e cirurgiões

de mão. O propósito deste capítulo é apresentar de maneira sumária

informações sobre os aspectos dessa condição, que possam

interessar e ser relevantes aos profi ssionais de saúde. Os tópicos

abordados incluem observações clínicas relacionadas à etiologia,

fatores de risco, diagnóstico e condutas frente aos casos da doença.

INTRODUÇÃO

A tenosinovite estenosante, também conhecida como

dedo em gatilho”, é uma condição caracterizada por

dor no trajeto dos tendões fl exores, na região do túnel

osteofi broso, associada à difi culdade ou travamento do

movimento dos dedos ou polegar, que podem permanecer

em posição de fl exão. O paciente, ao realizar a

extensão do dedo ou polegar, apresenta um ressalto semelhante

ao disparo de um gatilho, que é pressionado

até o disparo. Nas tenosinovites estenosantes graves o

dedo pode permanecer travado em posição de fl exão(1).

A tenosinovite estenosante é causada por um estreitamento

relativo do sistema de polias e túneis, que abrigam

os tendões fl exores na região distal da palma da

mão e região palmar dos dedos. Pessoas que trabalham

em atividades manuais de esforço ou em atividades que

exijam atividade manual de preensão repetitiva são

mais susceptíveis a desenvolverem essa afecção. A tenosinovite

estenosante é mais comum nas mulheres do

que nos homens e ocorre, também, com maior freqüência,

nos pacientes diabéticos, portadores de nefropatias,

hipotireoidismo e outras endocrinopatias.

SINAIS E SINTOMAS

Inicialmente, o dedo acometido pode se apresentar

com aumento de volume (edema), predominantemente

na região volar, com limitação da movimentação e dor

no trajeto dos tendões fl exores, predominantemente na

localização da polia A1. Pode haver ainda um nódulo

palpável na região da base do dedo acometido (imediatamente

proximal à polia A1). Esse nódulo aparece

nos tendões fl exores acometidos e é devido à estenose

do túnel, sendo que a difi culdade de deslizamento dos

tendões na entrada do túnel fl exor (polia A1) gera o

nódulo. A penetração e passagem do nódulo pelo sistema

de polias causam o travamento do dedo e o ressalto

durante o movimento(2).

À medida que a doença progride, o travamento do

dedo na posição de fl exão piora, a ponto de gerar incapacidade

funcional para preensão de objetos. Ao tentar

realizar a extensão do dedo para armar a mão na atividade

de preensão, há o travamento e o ressalto que

difi cultam o movimento. O paciente ainda, na maioria

das vezes, sente dor intensa durante o movimento e,

eventualmente, pode haver limitação da extensão total

do dedo acometido.

Os dedos mais freqüentemente acometidos são os

polegares, dedos médio e anular. Pode haver o comprometimento

de mais de um dedo e ambas as mãos

podem estar envolvidas na afecção. A estenose

e os sintomas são mais pronunciados pela manhã,

devido à piora do edema e inatividade manual durante

a noite.

* CAUSAS

A causa do dedo em gatilho é o estreitamento relativo

do túnel osteofi broso (bainha fl exora) que circunda

os tendões no dedo afetado. Há um processo infl amatório

ou proliferativo da sinovia que reveste o sistema

de polias do túnel osteofi broso e tendões fl exores. Essa

tenosinovite provoca uma alteração na relação conteúdo

(continente no túnel osteofi broso que gera atrito,

perpetuação do processo infl amatório, difi culdade de

deslizamento dos tendões fl exores no túnel osteofi -

broso, travamento, difi culdade de movimentação, dor

e incapacidade funcional). O atrito piora e mantém o

quadro infl amatório e gera o aparecimento do nódulo

tendinoso

FATORES DE RISCO

Atividades manuais, profi ssionais, esportivas, entre

outras, que exigem preensão forçada, movimentos repetitivos

ou que submeta a mão à vibração intensa ou

impacto, podem aumentar o risco do desenvolvimento

de tenosinovite estenosante dos fl exores. Algumas doenças

também são consideradas como predisponentes

ao desenvolvimento de uma tenosinovite estenosante

como a artrite reumatóide, diabetes, hipotireoidismo,

amiloidose e algumas infecções (tuberculose, esporotricose,

infecções fúngicas, etc.). O dedo em gatilho é mais

freqüente nas mulheres do que nos homens e, particularmente,

na gravidez, puerpério e menopausa.

TRATAMENTO

O tratamento indicado deve variar de acordo com a intensidade,

gravidade e duração das alterações anatômicas

e dos sintomas.

O tratamento de casos leves, com sintomas intermitentes

(pré-gatilho), os seguintes recursos terapêuticos

podem ser utilizados(5):

repouso : evitar atividades manuais que exijam esforço

ou movimentos de repetição;

uso de órtese extensora: a manutenção do dedo

acometido em posição de extensão de forma intermitente

e por algumas semanas pode promover o

alívio temporário e até defi nitivo dos sintomas em

casos leves. Deve-se orientar o paciente para utilizar

a órtese no período noturno, principalmente para

evitar o travamento do dedo em posição de fl exão

por longo tempo;

exercícios: leves e suaves para manter a mobilidade e

promover a drenagem linfática e combater o edema;

aquecimento: com bolsas térmicas ou calor local

com água morna, principalmente pela manhã, pode

aliviar os sintomas de travamento e dor;

massagem: pode aliviar a dor e reduzir o edema

(drenagem).

O tratamento de casos mais graves, com o travamento

constante e limitação da movimentação dos dedos

acometidos(6-12):

antiinfl amatórios não esteróides: podem promover

alívio dos sintomas, combater o quadro infl amatório,

edema, dor e melhorar o deslizamento dos tendões

fl exores na região do túnel ostofi broso;

esteróides: corticoesteróides sistêmicos, como a

betametasona, podem ser utilizados em casos mais

graves, desde que o paciente não apresente comorbidades

que contra-indiquem seu uso; usualmente

promovem alívio intenso dos sintomas de dor e infl

amação;

O dedo em gatilho (tenosinovite estenosante), ocorre por edema e

infl amação na região do túnel osteofi broso fl exor

O dedo em gatilho (tenosinovite estenosante),

ocorre por edema e infl amação na região

do túnel osteofi broso fl exor. Há restrição da

movimentação do dedo e formação de nódulo

nos tendões fl exores acometidos.

Em situações de processo infl amatório ou proliferativo

sinovial mais intenso, como na artite reumatóide,

pode haver comprometimento grave do mecanismo

de deslizamento dos tendões no túnel osteofi broso e

restrição do deslizamento tendinoso. O dedo pode se

apresentar com o movimento comprometido e deformidade

em fl exão e o processo infl amatório crônico pode

gerar aderências tendinosas e fi brose na região do túnel

osteofi broso(4).

Polegar em gatilho (tenosinovite estenosante do tendão fl exor longo do

polegar)

einstein. 2008; 6 (Supl 1):S143-S5

Tenosinovite estenosante dos fl exores – ou dedo em gatilho S145

esteróides injetados localmente: como a infi ltração

com acetato de metilprednisolona, também podem

produzir alívio temporário ou defi nitivo dos sintomas.

Podem produzir piora dos sintomas nas primeiras 48

a 72 horas após a infi ltração. Em casos de melhora

parcial dos sintomas, a infi ltração pode ser repetida,

desde que com intervalo de três a quatro semanas;

liberação percutânea do túnel osteofi broso: secção

da polia A1, utilizando agulha hipodérmica e anestesia

local. Esse método tem a grande vantagem de

poder ser realizado em consultório ou sala de procedimento

e a desvantagem de ser um procedimento

cego, podendo causar lesões iatrogênicas nos tendões

fl exores e estruturas vizinhas;

liberação cirúrgica: incluindo uma via de acesso palmar

na região da prega palmar distal dos dedos ou

prega de fl exão metacarpofalangiana do polegar, dissecção

e secção longitudinal da polia A1. Essa técnica

é utilizada em casos crônicos e que não responderam

ao tratamento não cirúrgico. Deve ser realizado em

ambiente de centro cirúrgico sob anestesia adequada.

Fisioterapia baseada em evidências

A Fisioterapia baseada em evidências.



A demanda por qualidade máxima do cuidado em saúde, combinada com a necessidade de uso racional de recursos tanto públicos quanto privados, tem contribuído par aumentar a pressão sobre os profissionais da área no sentido de assegurar a implementação de uma prática baseada em evidências científicas. O movimento da “Medicina baseada e evidência” (MBE) surgiu na década de 1980 e foi David L. Sackett um dos principais idealizadores deste movimento. A prática da Medicina baseada em evidências significa integrar cada especialidade com a melhor evidência clínica disponível proveniente de investigação sistemática. Esse movimento representou uma mudança radical de um paradigma de conhecimento, que foi baseado em autonomia e na experiência clínica.
A “prática baseada em evidência” (PBE) iniciou mais tarde, nos meados da década de 90, atualmente dispõe de centros onde se estuda e avalia pesquisas na área como o “Centre for
Evidence Based Physiotherapy” (CEBP) um entro online onde o profissional dispõe de guidelines, artigos e importantes links para pesquisas.
A PBE compreende os mesmos conceitos e princípios da MBE, sendo empregada por diferentes profissionais e em diversos contextos de saúde. A PBE tem sido definida como o uso consciente, explícito e ponderado da melhor e mais recente evidência de pesquisa na tomada de decisões clínicas sobre o cuidado de pacientes.
Pesquisas desenvolvidas de forma criteriosa fornecem indícios para auxiliar na tomada de decisão clínica, mas nunca substituem o raciocínio sobre qual a intervenção mais indicada em determinada situação clínica.
A PBE envolve a superação de alguns desafios, como manter-se atualizado diante da crescente disponibilidade de informações na área da saúde; uma busca eficiente da literatura por meio de bons bancos de dados e selecionar estudos relevantes e metodologicamente adequados.
Uma evidência científica, segundo o glossário, é o conjunto de elementos utilizados para suportar a confirmação ou a negação de uma determinada teoria ou hipótese científica. Para que haja uma evidência científica é necessário que exista uma pesquisa realizada dentro de preceitos científicos - e essa pesquisa deve ser passível de repetição por outros cientistas em locais diferentes daquele onde foi realizada originalmente.
A análise de evidências de pesquisa exige dos profissionais conhecimentos e habilidades para capacitá-los a ter autonomia na avaliação crítica das informações científicas que serão utilizadas para diminuir as incertezas das decisões tomadas na clínica.
Os níveis de evidência são hoje utilizados como um norteador para classificar a qualidade dos estudos realizados na área da saúde.
A qualidade da evidência pode ser categorizada em três níveis (nível I - evidência forte de, pelo menos, um estudo randomizado, controlado, de delineamento apropriado e tamanho adequado;
nível II - evidência de estudos bem delineados sem randomização, corte ou caso-controle;
nível III - opiniões de autoridades respeitadas).
A Fisioterapia, ao contrário da Medicina, ainda não tem pesquisas sufi cientes para formar um corpo científico de conhecimento necessário para sustentar a prática baseada em evidências, principalmente estudos com evidências nível I.
Portanto o desenvolvimento de pesquisas na Fisioterapia é fundamental, pois permite a construção de um corpo de conhecimento próprio, propicia a melhoria da assistência de fisioterapia prestada ao paciente, embasada em conhecimento científico, enriquecimento do profissional e da sua prática, bem como possibilita a busca de soluções para os problemas vivenciados no cotidiano.
sua implementação. Entretanto, essa abordagem poderá contribuir para a mudança da prática de fisioterapia baseada em tradição, rituais e tarefas para uma prática reflexiva baseada em conhecimento científico, promovendo a melhoria da qualidade da assistência.
Nesse cenário, entendemos que a prática baseada em evidências é uma abordagem que incentiva o fisioterapeuta a buscar conhecimento científico por meio do desenvolvimento de pesquisas ou aplicação na sua prática profssional dos resultados encontrados
na literatura.

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